Siquirj participa de publicação sobre Petroquímica

Siquirj, participa do lançamento de publicação sobre Petroquímica da Firjan SESI

 

Dando sequência aos encontros com autoridades governamentais para apresentação da agenda estratégica da indústria química, a Abiquim se reuniu na última sexta-feira (17) com o secretário de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, Hugo Leal, na sede da secretaria, no Rio de Janeiro.

“Hoje desperdiçamos riqueza ao deixar de usar o gás natural e importamos produtos petroquímicos e fertilizantes. Em 2005, o volume de gás natural utilizado pela indústria era de 9 milhões de m3, impulsionado pela petroquímica. Atualmente é de 3 milhões. A demanda é visível e não podemos desperdiçar”, contextualizou Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da federação.

Já Isaac Plachta, presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Firjan e presidente do Siquirj, defendeu que o gás não pode continuar a ser queimado nas plataformas: “Precisa estar disponível a preço competitivo não apenas para energia, mas também como matéria-prima para a indústria. Firjan e Siquirj podem mediar a conversa entre as partes com interesses conflitantes para ser feito o necessário para o aproveitamento do gás natural”, reforçou.

Facilitar a negociação e aproximar as partes envolvidas no uso do gás natural na indústria é uma das missões também da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar, de acordo com Hugo Leal, titular da pasta. “Muitos temas perpassam pela política nacional. É um debate permanente para que o Brasil perca essa situação de exportador de produtos básicos e passe a exportar o que tem de valor agregado. O universo da petroquímica se adequa à realidade fluminense. O Rio de Janeiro não pode mais perder tempo. Temos que escolher as lutas em que vamos entrar e a da petroquímica vale à pena”, concluiu Leal, que ressaltou também a proximidade dele com os pleitos da Firjan.

Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, lembrou outros eventos recentes sobre a importância do gás natural em que a federação e outras entidades participaram em SP, ES e AL. “Este encontro é mais uma peça do quebra-cabeça que a Firjan vem construindo, participando de várias reuniões, como recentemente na Fiesp, para debater sobre o uso e a importância do gás natural para a indústria”.

Os principais pontos do estudo foram apresentados por Thiago Valejo, gerente de Projetos de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, que ressaltou o potencial de monetização do gás natural, a competitividade entre o preço praticado nos EUA e no Brasil, os caminhos para o net zero; os gasodutos previstos, entre outros tópicos.

A segunda parte do evento reuniu os autores de artigos da publicação. Marcelo Bonilha, diretor regional da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), comparou que no Brasil 45% do gás é reinjetado, enquanto no mundo são apenas 20%: “Contratamos a PUC-RJ para realizar um estudo sobre oferta, demanda e gargalos do gás natural”.

Já Fábio da Silva Santos, diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da Braskem, mostrou que o mercado de petroquímicos vem crescendo e suporta os investimentos necessários para o aumento da produção de gás: “A demanda por polietileno cresce 3,6% ao ano e 20% das importações em média vêm dos EUA. Outra questão é a meta da Braskem de alcançar net zero até 2050. A indústria petroquímica baseada no gás emite menos carbono que a do líquido”.

Pelo governo estadual, o subsecretário adjunto de Energia, Daniel Lamassa, detalhou as rotas de gasodutos previstas e o potencial de uso do biogás: “Quanto mais gás chegar, teremos mais subprodutos como o etano que pode ser usado nas petroquímicas. E quanto ao biogás, só usamos 2% do potencial do estado”.

A importância da regulamentação da especificação do gás natural foi ressaltada por Fatima Giovanna, diretora de Economia e Estatística na Abiquim: “A especificicação do gás deve estimular a separação dos líquidos, conforme projeto em análise na ANP. Se ele for modificado, vamos desperdiçar todos esses componentes que seriam usados na indústria química”.

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